Princípios

A abordagem complexa dos saberes locais, isto é, das compreensões e práticas distintas sobre o mundo natural , emerge do contexto de crise paradigmática da ciência moderna e da necessidade de abertura ao diálogo com outros saberes. Incluímos nessa categoria o patrimônio material e imaterial de coletividades que, desde seus territórios, buscam resistir e reafirmar suas identidades frente à modernização e racionalização de suas realidades . Parte-se, portanto, da necessidade de abertura ao diálogo com outros saberes; a abordagem complexa, nesses termos, deve possibilitar a compreensão do saberes locais sobre o mundo natural apoiando-se em na união de métodos e técnicas oriundos de outros ramos científicos (da psicologia, da antropologia, da sociologia, da linguística, da ecologia, da geografia, etc.) de forma a permitir a interpretação das narrativas (da ciência e dos sabres locais) acerca da subjetividades dos fenômenos espacial (o território da comunidade) e temporal (o tempo social e biológico) que configuram a sociobiodiversidade de territórios tradicionais e alternativos.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

INTERCONEXÕES E CETA PROMEVERAM DIA DE CAMPO AGROECOLÓGICO PARA ALUNOS DA GRADUAÇAO E DA PÓS da UEPG

No dia 30 de novembro de 2019, o CETA(Centro de Educação e Treinamento em Agroecologia) e ASAECO (Associação Solidária da Agricultura Ecológica de Ponta Grossa e Região, em parceria com o Grupo INTERCONEXÕES da UEPG, promoveram aos alunos do Curso de Bacharelado em Geografia, disciplina de BIOGEOGRAFIA, professora Karin L. Hornes, o encontro Vivências em Agroecologia”.

O objetivo deste Encontro foi promover a troca de experiências em práticas produtivas agroecológicas entre agricultore(a)s ecológicos da região, acadêmicos e comunidade rural, segundo o Sr. Antônio Ostrufka.


Sistematização dos conhecimentos locais acera da agrobiodiversidade local  e condições bioclimáticas.
Fonte: Stadler, 2019.

Participaram deste Encontro os professores Dr. Nicolas Floriani, Dra. Karin L. Hornes; os doutorandos do PPGG, Cleusi T. Bobato Stadler, Gustavo Barh; e os mestrandos do PPGG, Edmar Lucas R. da Silva, Adir Fellipe Silva Santos e Bruna dos Santos. 

Os alunos do Alunos da disciplina de Biogeografia do curso de Bacharelado, Geografia também  se fizerem presentes: Ingrid Zambilo, Marcelo Mendes, Luana Oliveira, Ingrid Riboski, João Víttor de Mello, Murilo Filipini Mendes, Tatiane Vieira Domingues, Geovana Luz, Judite Bueno de Camargo, João Nilton de Andrade. Pessoas da Comunidade, como o jovem Arildo Portela da comunidade remanescente de Quilombolas Palmital dos Pretos.







A participação dos Graduandos de Geografia teve como objetivo principal promover uma experiência das práticas produtivas e alimentares agroecológicas, de maneira a permitir conhecer a biodiversidade local, espécies manejadas, formações geológicas e florestais, sistemas agroflorestais e condições bioclimáticas. Destaca-se que a prática da Biogeografia Cultural permitiu também o conhecimento do projeto Banco de Sementes Crioulas José Sharnick..

O tema da Agrobiodiversidade fez parte do Estágio de Docência ministrado pela doutoranda Cleusi T. B. Stadler nas aulas de Biogeografia com os alunos da disciplina e do projeto de Tese “Semeando Territórios da Agrobiodiversidade: Saberes, Práticas, Políticas de Natureza em Comunidades Rurais Tradicionais do Paraná”,  aplicado na Comunidade Sete Saltos.


O encontro teve várias atividades iniciando com o Histórico do CETA pelo Sr. Antônio Ostrufka, caminhada na agrofloresta, fertilidade e manejo da matéria orgânica do solo- ciclagem de nutrientes, interação solo-planta, bioindicadores e adubos verdes, compostagem. 






A prática de campo “Mutirão de Plantio de Sementes Crioulas” iniciou-se com a apresentação da Casa de Sementes na propriedade pelo Sr. Antônio Ostrufka, a seleção das sementes de FEIJÃO a serem plantadas de acordo com a orientação da doutoranda Cleusi T. B. Stadler e acadêmicos Ingrid Zambilo e Murilo F. Mendes.   



Os alunos do Bacharelado e PPGG fizeram as covas do plantio (não foi usado nenhum adubo orgânico), separaram as sementes para o plantio e confeccionaram os croquis do plantio. O plantio foi realizado no entremeio da vegetação natural, árvores frutíferas e outros plantios realizados pelo Sr. Antônio.  



A inserção a campo dos alunos do Bacharelado e PPGG, possibilitou a integração dos discentes e docentes, ao ambiente cotidiano dos sujeitos das pesquisas e atividades extensionistas, além de proporcionar aos alunos atividades práticas culturais que valorizam os saberes tradicionais, as sementes crioulas através da metodologia da observação-participante. 




Cleusi Bobato Stadler
Nicolas Floriani