Princípios

A abordagem complexa dos saberes locais, isto é, das compreensões e práticas distintas sobre o mundo natural , emerge do contexto de crise paradigmática da ciência moderna e da necessidade de abertura ao diálogo com outros saberes. Incluímos nessa categoria o patrimônio material e imaterial de coletividades que, desde seus territórios, buscam resistir e reafirmar suas identidades frente à modernização e racionalização de suas realidades . Parte-se, portanto, da necessidade de abertura ao diálogo com outros saberes; a abordagem complexa, nesses termos, deve possibilitar a compreensão do saberes locais sobre o mundo natural apoiando-se em na união de métodos e técnicas oriundos de outros ramos científicos (da psicologia, da antropologia, da sociologia, da linguística, da ecologia, da geografia, etc.) de forma a permitir a interpretação das narrativas (da ciência e dos sabres locais) acerca da subjetividades dos fenômenos espacial (o território da comunidade) e temporal (o tempo social e biológico) que configuram a sociobiodiversidade de territórios tradicionais e alternativos.

quarta-feira, 24 de maio de 2023

EDITAL INTERCONEXÕES 2023 - PROCESSO SELETIVO PARA VAGAS EM INICIAÇÃO CIENTÍFICA (PIBIC/PROPESP/UEPG)

  

 

Grupo de Pesquisa Interconexões: Saberes, Práticas e Políticas de Natureza

Universidade Estadual de Ponta Grossa



EDITAL INTERCONEXÕES  - 01/2023

PROCESSO SELETIVO PARA VAGAS EM INICIAÇÃO CIENTÍFICA (PIBIC/PROPESP/UEPG)

SUBPROJETO "AGROECOLOGIA, EDUCAÇÃO E AUTOMONIA SOCIOAMBIENTAL”

 

 

 

Coordenador: Prof. Dr. Nicolas Floriani

Departamento de Geociências/UEPG

 

 I.             CONTEXTUALIZAÇÃO E OBJETIVOS

 

Este Projeto se insere âmbito da Pesquisa Continuada  “Etnoecologia e diversidade socioterritorial” e do “Núcleo de Estudos e Capacitação Sociotécnica de Populações Tradicionais em Agroecologia nos Territórios Faxinalenses” (gpinterconexoes2.blogspot.com), projeto de pesquisa e extensão financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e executado pelo Grupo de Pesquisa e extensão Interconexões (UEPG) enquanto um espaço de produção e discussão de saberes e práticas agroecológicos que emerge do cotidiano regional.

 

Suas ações emergem, portanto, da necessidade de se repensar o papel da agricultura familiar e da agroecologia a partir de sua essência, isto é, de seu patrimônio biocultural, exigindo para tanto uma reflexão crítica sobre os papéis e ações pedagógicos da extensão universitária como contraponto criativo ao modelo hegemônico de trabalho, produção e conhecimento historicamente imposto e culturalmente legitimado na sociedade ocidental capitalista.

 

O patrimônio biocultural amalgamado à agroecologia, aqui entendida como modelo alternativo de relação entre sociedade e natureza - é uma instancia política produtora de novos sentidos às ideias de natureza, de ciência e de democracia apropriados e colonizados pelo mercado globalizado e pelo estado centralizador.

 

Nesse sentido, o Subprojeto “AGROECOLOGIA, EDUCAÇÃO E AUTOMONIA SOCIOAMBIENTAL” busca desenvolver ações ecopedagógicas para formação de agricultoras e agricultores envolvidos em práticas ecossocioeconômicas sustentáveis que possibilitem gerar dispositivos viabilizadores de autonomias socioambientais, principalmente na sua dimensão tecnológica.

 

O papel da extensão rural fundamentada na pedagogia da emancipação  busca promover a troca de experiências entre a ciência e os saberes populares em torno dos sistemas sociotécnicos, possibilitando a geração de conhecimentos transdisciplinares capazes de dar respostas aos problemas decorrentes da apropriação da agroecologia pelos discursos do mercado, do estado e da ciência hegemônica.

 

Assim sendo, o projeto apresenta como objetivo geral: i) a promoção da ecoformação para a emancipação das famílias de agricultores em transição agroecológica e, como objetivo específico a ser desenvolvido pela iniciação científica, ii) a elaboração de materiais didáticos acerca de conteúdos sobre os princípios da produção agroecológica, sobre as suas normas e legislações vigentes.

 

 

Para tanto, em termos metodológicos, a elaboração de materiais didáticos em agroecologia deve partir de princípios dialógicos e da horizontalidade de saberes, viabilizados por instrumentos e técnicas – priorizando-se as tecnologias virtuais de informação - que permitam e enriqueçam a transposição didática atinente aos contextos sociais e ao patrimônio biocultural (saberes e práticas) regional dos educandos, sejam eles universitários e agricultores.

 

Trata-se, portanto, de promover um contexto de pesquisa inter e transdisciplinar onde estudantes provindos das áreas das ciências humanas, agrárias e da natureza encontram ambiente criativo para discutirem problemas e entraves da produção didática e apresentarem soluções às ações ecoformadores em agroecologia.


III.          REQUISITOS SOLICITADOS PELO PROJETO

1.     Ser aluno(a) de graduação do segundo, terceiro ou quarto ano;

2.    Cursos: Agronomia, Ciências Biológicas, Geografia, Jornalismo e Pedagogia;

3.    Possuir domínio em ferramentas de edição de imagens (ex. Corel Draw e similares) e criação e edição de vídeos (ex. Movavi e similares), confecção de formulários on-line e manutenção de sites e blogs e mídias sociais.


IV.          REQUISITOS DO EDITAL PROPESP/DIPES/DIC Nº 001/2023

1. Estar regularmente matriculado em curso de graduação (presencial ou a distância) na Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG em 2023;

2. Possuir Currículo Lattes cadastrado e atualizado (2023), no endereço eletrônico do CNPq (http://lattes.cnpq.br/);

3. Possuir disponibilidade para dedicação de 20 (vinte) horas semanais ao desenvolvimento do subprojeto de Iniciação Científica apresentado;

4. Apresentar média aritmética acadêmica igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero), no último ano letivo concluído;

5. Não ter sido reprovado, no último ano letivo concluído, em mais de 02 (duas) disciplinas anuais; ou 01 (uma disciplina anual e 02 (duas) disciplinas de meio ano letivo; ou 04 (quatro) disciplinas de meio ano letivo;

6.  Não ser bolsista, ou ter previsão de bolsa, de qualquer outro programa remunerado durante a vigência do Programa de Iniciação Científica. Este item não se aplica para a inscrição dos acadêmicos na modalidade PROVIC;

7. Não possuir vínculo empregatício e nem receber salário ou remuneração decorrente do exercício de atividades de qualquer natureza, durante a vigência da bolsa. Este item não se aplica para a inscrição dos acadêmicos na modalidade PROVIC.

8. Não estar afastado ou ter previsão de afastamento da instituição de origem (UEPG) por mais de 15 dias consecutivos, exceto para a realização de pesquisa de campo, participação em evento científico ou estágio vinculado à pesquisa, por período limitado e com autorização do ORIENTADOR, e homologação expressa da coordenação do Programa de Iniciação Científica/PROPESP, após solicitação justificada e endossada pelo orientador para a realização de estágio de qualquer natureza;

9. Não apresentar parentesco em primeiro ou segundo grau com o orientador;

10. Não possuir inadimplência com a Divisão de Iniciação Científica da UEPG.


V.           DISPONIBILIDADE DE VAGAS


Conforme o Edital PROPESP/DIPES/DIC Nº 001/2023 ofertam-se duas vagas na modalidade PIBIC, duas vagas modalidade BIC e até quatro na modalidade PROVIC. O número de bolsas está condicionado à disponibilidade orçamentária da agência de fomento (CNPq, Fundação Araucária e UEPG), podendo sofrer correções a critério da agência.


VI.          FORMA DE AVALIAÇÃO


Como forma de avaliar a conformidade vocacional do(a) aluno(a) aos objetivos propostos no projeto, solicita-se do(a) candidato(a) à vaga PIBIC/BIC/PROVIC:


1.    Confecção de um vídeo didático (entre 05 a 10 min) que enfoque a transposição didática sobre os princípios agroecológicos de produção e/ou da legislação e instruções normativas em Agricultura Orgânica, postado em blog ou site específicos criados para tal finalidade; 


2. A elaboração e postagem, no mesmo blog ou site específicos, do Subprojeto, cujo modelo encontra-se no Anexo II do Edital PIBIC 2023 da Propesp/UEPG. O Subprojeto deve dar ênfase às especificidades da área de formação do curso de cada candidato(a), adequando as habilidades e competências acadêmicas aos objetivos e metodologia do presente edital.


VII.        CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO


1.  Avaliação do Vídeo experimental em Transposição didática do conteúdo científico-tecnológico em agroecologia para realidade social e cultural de agricultores familiares da região (peso: cinquenta por cento da avaliação);


2.  Avaliação do Subprojeto (peso: cinquenta por cento da avaliação).


VIII.       PRAZOS


1.    O envio link do blog ou site com o material solicitado no item VI (Forma de Avaliação) deverá ocorrer até as 23h59 do dia 07 de junho de 2023, para o correio eletrônico nicolas@uepg.br com o seguinte título da mensagem: SELEÇÃO PIBIC 2023.


IX.          REFERENCIAS SUGERIDAS

ALTIERI, M. A. Agroecologia: Bases científicas para una agricultura sustentable, 1983. Disponível em: Agroecología - Bases científicas para una agricultura sustentable | FAO 


CAPORAL, F.R. TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA E O PAPEL DA EXTENSÃO RURAL. In: Extensão Rural, DEAER – CCR – UFSM, Santa Maria, v.27, n.3, jul./set. 2020. Disponível em: zeque,+art1vol27ed3+-2020-3+-+Caporal.pdf


GLIESSMAN, Stephen R. Agroecologia: processos ecológicos em agriculturasustentável. 2.ed. Porto Alegre: Ed. Universidade UFRGS, 2001, p.55-57 


LOPES, A. C. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. 1ed. Rio de Janeiro: Editora da UERJ,1999.


ORGÂNICOS/MAPA. Orgânicos — Ministério da Agricultura e Pecuária (www.gov.br)


terça-feira, 20 de setembro de 2022

Grupo de Pesquisa e Extensão Interconexões (UEPG), CASLA e CNPq desenvolvem Sistema Eletrônico de Certificação Agroecológica Participativa

 O Sistema de Eletrônico de Certificação Agroecológica Participativa é resultado de o projeto "Núcleo de Estudos e Capacitação Sociotécnica em Agroecologia de Populações Tradicionais em Territórios Faxinalenses  (C403031/2017-6), financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e executado pelo Grupo de Pesquisa e extensão Interconexões: Saberes, Práticas e Políticas de Natureza, sob a coordenação do Prof. Dr. Nicolas Floriani (UEPG).


O sistema eletrônico busca promover a democratização tecnológica para o processo de certificação participativa de garantia da qualidade de produtos e processos agroecológicos e orgânicaos  e, consequentemente, a autonomia socioambiental de grupos organizados de agricultores familiares e de comunidades tradicionais em fase de transição agroecológica. O projeto faz parte do Programa Unitinerante: Universidade Itinerante pelos Direitos Humanos, da Natureza, Pela Paz e Bem Viver, coordenado pela Casa Latino-americana.


Confira o vídeo de divulgação


terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

OFICINA DE FORMAÇÃO E CAPACITAÇÃO EM AGROECOLOGIA - NEA Territórios Faxinalenses

 No dia 07 de Fevereiro de 2021, o grupo do projeto NEA Territórios Faxinalenses (Núcleo de Estudos e Capacitação Sociotécnica em Agroecologia) se reuniu nas localidades de Imbituva-PR, em uma das filiais da COODESAFI (Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar de Ivaí) para a 1ª Oficina de Formação e Capacitação em Agroecologia. 


Filial da COODESAFI em Imbituva-PR 



Grupo do Projeto NEA 




Contamos também com a presença da Secretária de Agricultura do Município do Guamiranga: Cristiane Tabarro Borgo. 





A oficina foi iniciada com uma conversa para esclarecer os seus objetivos, também para fazer algumas apresentações que se faziam necessárias.


Em seguida a Professora Telma Regina Stroparo, membro do grupo NEA e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Geografia da UEPG, nos falou sobre a OCS (Organização de Controle Social). A professora/doutoranda nos explicou o que é uma OCS e também para que esta serve, além dos passos de como fazê-la. 





Posteriormente, a Professora Cleusi T. Bobato Stadler, também membro do grupo NEA e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Geografia da UEPG, deteve a palavra para expor sobre a caderneta de campo da família agricultora e também sobre um calendário de visitas. A professora/doutoranda falou também sobre algumas práticas tradicionais e sobre a troca e reprodução das sementes crioulas. 


Caderno de anotações de Janete Leite - UR Faxinal dos Galvão



Posteriormente, o Professor Gustavo Bahr, também membro do grupo NEA e doutorando do Programa de Pós-graduação em Geografia da UEPG, nos trouxe 8 dicas rápidas sobre o Caderno de Plano de Manejo Orgânico de cada propriedade.


O professor Dr. Nicolas Floriani, coordenador do projeto NEA, aproveitou o momento para comentar mais sobre os critérios agroecológicos de produção. 



Por fim, esperamos a chegada de Diogo Eler Gasparelo, um menino de 13 anos que participou do Projeto Sementes Crioulas da Escola Municipal do Fax. Dos Galvão,  promovido pela Prof. Maria Janete Leite e Doutoranda Cleusi Bobato Stadler. Pelo seu interesse no resgate e plantio de sementes, que realizou em sua casa, reproduzindo tais Sementes, foi nomeado Guardião Mirim das Sementes Crioulas em Imbituva.




Ficha de acompanhamento do Projeto Sementes Crioulas da Escola Municipal do Fax. Dos Galvão


Diogo Eler Gasparelo - Guardião Mirim das Sementes Crioulas em Imbituva.


terça-feira, 27 de outubro de 2020

PROJETO NEA Territórios Faxinalenses (Interconexões-CNPq) e Unitinerante realizam segundo Dia de Campo

 Foi realizado no sábado, 24 de outubro de 2020, o Segundo Dia de Campo do Núcleo de Estudos e Capacitação Sociotécnica em Agroecologia de Populações tradicionais em Territórios Faxinalenses (NEA Territórios FAxinalenses).


O encontro de troca de saberes e sementes foi realizado na Unidade de Referência Agroecológica de Antônio e Cida Ostrufka, localizado na comunidade de Sete Saltos de Cima, Distrito de Itaiacoca, no município paranaense Ponta Grossa. 


Presentes à reunião estavam os integrantes do Grupo de Pesquisa e Extensão Internconexões - Nicolas Floriani (UEPG), Cleusi Bobato Stadler (PPGG-UEPG),  Bruna Santos (PPGG-UEPG) - os agricultores agroecológicos da Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar de Ivaí (COODESAFI) - Antônio Silva, Genésio Walkzuki, José Eloir Scheidt, Natan E.Maizuk, Lucas Bilek, Dionei Santana, Antonio Silvestre Leite, Paulo Ricardo Leite e sua Presidente Claudia Regina dos Santos; os agricultores agroecológicos da Associação Solidária para Agroecologia de Ponta Grossa (ASAECO) - Antônio Ostrufka e Cida Ostrufka, e o engenheiro agrônomo e professor do Colégio Agrícola de Palmeira, Odair de Oliveira, e Jairo Bufoliski da Prefeitura Municipal de Imbituva.



Participantes do Dia de Campo, cujo traslado foi possibilitado com o auxílio da Prefeitura Municipal de Imbituva, parceira do Projeto.


A primeira atividade do dia consistiu em realizar uma dinâmica de grupo em torno da Cartografia Participativa do Sistema Produtivo da Unidade de Referência Agroecológica, o que permitiu ao grupo entender o histórico de produção em cada parcela, as limitações da qualidade produtiva das terras, bem como um inventário da agrobiodiversidade local, da qual destacaram-se os adubos verdes de verão e de inverno e os microorganismos eficientes do ecossistema florestal.





Em destaque, produto da fermentação dos microorganismos eficientes da terra do capoeirão da U.R. Agroecológica.


A segunda atividade consistiu na turnê guiada às parcelas do estabelecimento agrícola, onde foram realizadas observações das propriedades físicas, morfológicas e biológicas das terras cultivadas  conforme manejo agroecológico.





Observações dos atributos biofísicos e morfológicos das terras da UR Agroecológica de Sete Saltos de Cima - NEA Territórios Faxinalenese. Exposição do Eng. Agrônomo Odair de Oliveira



Após o almoço agroecológico, o grupo reuniu-se sob o teto do Galpão de Estudos e Treinamento em Agroecologia da U.R., onde os agricultores deram as notas aos solos observados, de acordo com os parâmetros considerados na prática anterior.



Dois assuntos importantes também foram discutidos no Galpão: a dependência às tecnologias de produção agroindustrial e a criação de circuitos alternativos de comercialização.




No que tange à questão da busca pela autonomia em relação às tecnologia e ao mercado, enfatizou-se a necessidade premente de se fortalecer parcerias em rede para trocas solidárias de sementes crioulas e de adubos verdes. 


No tocante à questão das sementes crioulas, destacou-se a parceria com a ASP-TA e Coletivo Triunfo com o NEA Territórios Faxinalenses (NEA - TF) , quando da iniciativa de doar sementes crioulas de milho, feijão e de algumas hortaliças. 


A doutoranda Cleusi Bobato Stadler (PPGEO-UEPG), pertencente à Rede de Guardiões de Sementes do referido Coletivo, enfatizou a necessidade de trocas e reprodução dessas tecnologias sociais entre os agricultores no sentido de estruturar o Banco de Sementes Crioulas da Rede criada pelos atores integrantes do NEA-TF.




Igualmente importante foi a intervenção da Presidente da COODESAFI, Claudia Regina dos Santos, que destacou a necessidade de dar publicidade ao projeto e aos seus parceiros institucionais para que juntos possam demandar de legisladores municipais e estaduais ações concretas de desenvolvimento rural ligados à promoção de políticas publicas includentes da agricultura familiar. 


A presidente da COODESAFI cita, especificamente, a questão da apropriação da lei estadual que determina a obrigatoriedade da utilização de alimentação orgânica para merenda escolar de escolas públicas do Paraná, bem como outros mecanismos de incentivo à produção orgânica a partir de políticas de subsídio à produção e comercialização.


Nesse desafio, cabe à rede de atores agroecológicos pressionar os agentes políticos locais e regionais para garantirem a inclusão de grupos de agricultores familiares em transição à agroecologia nesse conjunto de  políticas públicas, sob a pena de que estas sejam controladas pelos grandes empresários da área do agronegócio que têm se apropriado de tecnologias agroecológicas (e orgânicas) de produção para fins exclusivamente comerciais.


É uma realidade que o mercado tem se apropriado dessas tecnologias, seja produzindo insumos ou alimentos. No entanto, defendemos a ideia de que a agroecologia deve ultrapassar uma racionalidade estritamente econômica, abrindo-se às especificidades culturais, ecológicas e sociais de cada território, de onde emergem - de baixo para cima e conjuntamente com diversos atores regionais -  projetos alternativos ao desenvolvimento rural.



Para finalizar o Dia de Campo, foram expostos os equipamentos e mudas de erva-mate comprados pelo Projeto NEA Territórios Faxinalenses com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e cedidos à UR Agroecológica. 




Por Nicolas Floriani

27 de outubro de 2020

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Interconexões apresenta Relatório de Resultados e Produtos de Projeto de Extensão USF (2018)

O Coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão Interconexões, Dr. Nicolas Floriani apresentou, no mês de março de 2020, o Relatório de Resultados e Produtos do também coordenador do projeto de extensão do Programa Universidade Sem Fronteiras (edital SETI/USF, 2018) "Sistema participativo de certificação socioambiental da agrofloresta faxinalense: da diferenciação à qualificação dos produtos de comunidades rurais tradicionais do Paraná".

O referido projeto teve como finalidade dar prosseguimento aos resultados do projeto de extensão USF de 2016 "Selo socioambiental “produtos da agrofloresta faxinalense”: capacitação sociotécnica e empoderamento jurídico para a inclusão social e geração de renda em comunidades rurais faxinalenses do Paraná" que tem como objetivo promover a valorização da cultura de comunidades rurais tradicionais do centro-sul do Paraná por meio da criação de uma marca de origem geográfica dos produtos derivados dessas populações, de maneira a permitir gerar uma renda complementar em circuitos alternativos de comercialização.

A síntese do relatório do primeiro projeto USF de 2016 encontra-se no blog do GPInterconexões, no seguinte endereço . Destaca-se também que o projeto também possui um sítio eletrônico onde podem ser visualizadas algumas atividades desenvolvidas.

Destaca-se que o projeto "Sistema participativo de certificação socioambiental da agrofloresta faxinalense..." foi executado simultaneamente a outro projeto em vigência gestado pelo GPInternconexões intitulado "Das territorialidades tradicionais às territorializações da agroecologia: saberes, práticas e políticas de natureza em comunidades rurais tradicionais do Paraná" financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, por meio do edital CNPq Universal 2016. Essa convergência simbiótica de esforços e objetivos provindos de ambos projetos produziu resultados positivos, como poderá ser conferido conforme o relatório resumido que segue abaixo.



RELATÓRIO 
- PRINCIPAIS INFORMAÇÕES -


No que tange à Ações desenvolvidas pelo Projeto, temos os seguintes detalhamentos pontuados a seguir:

  • AÇÃO 1. ETNOGRAFIA DOS SABERES E PRÁTICAS TRADICIONAIS DA AGROBIODIVERCIDADE REGIONAL
Por meio da realização de diagnósticos rurais participativos das comunidades beneficiárias e da técnica da observação participante a equipe da universidade sem fronteiras, em colaboração com o Grupo de Pesquisa-Extensão Interconexões (UEPG) foi possível realizar: mapeamentos participativos dos recursos agroflorestais (floresta manejada, quintais agroflorestais e lavouras faxinalenses) e principais produtos utilizados pelas comunidades faxinalenses de Sete Saltos de Baixo - Ponta Grossa e Marmeleiro de Baixo - Rebouças) e duas comunidades remanescentes de faxinais (CRF-Q): Sete Saltos de Cima - Ponta Grossa e do Palmital Dos Pretos - Campo Largo.
O diagnóstico permitiu a caracterização e sistematização das seguintes práticas socioterritoriais locais, tas como diagramas e calendários da organização social e econômica (estratégias de manejo e uso dos recursos florestais frente as capacidade produtivas); turnês guiadas (etnocaminhadas) e levantamentos etnobotânicos, traduzidos em:
  1. Inventário dos Saberes e Práticas de manejo da floresta comunitária, dos quintais agroflorestais e da lavoura (roça) nas comunidades beneficiárias; 
  2. Inventário do Sistema de Organização Social e práticas de solidariedade: laços de compadrio com a existência de três modalidades de relações sociais: 1. de troca de dias de trabalho; 2. Troca de produtos; 3. mutirões de serviços.
  3. Identificação das principais lideranças comunitárias;
  4. Identificação de Redes de Atores Locais e Regionais Usuais e Potenciais;

AÇÃO 2. INCENTIVO À FORMAÇÃO DE REDES LOCAIS E AGENTES INTER-INSTITUCIONAIS

Esta ação possibilitou a formação de redes interinstitucionais de colaboração - entre Organizações Sociais, Agentes Públicos (Municipais e Estaduais) e Comunidades -, conectadas pelo Projeto.
Em escala Local, entre famílias de comunidades vizinhas beneficiarias, a inserção no projeto de acadêmicos do Interconexões (UEPG), doutorandos do PPGEO (UEPG), possibilitou a vinculação de seus respectivos projetos de pesquisa aos objetivos do Projeto USF, resultando em:
  1. Fortalecimento da Marca (Selo da Agrofloresta Faxinaleses) e de novos engajamentos de Estabelecimentos Familiares das CRF-Q de Sete Saltos de Cima e Palmital dos Pretos, tal Rede de Atores Locais em comunidades tradicionais familiares foi doravante denominada pelo Grupo de Pesquisa Interconexões como Rede Sapê: Saberes agroecológicos de permanência, do qual passou a colaborar o Centro de Educação e Treinamento em Agroecologia (CETA);
  2. Incentivo à criação de Redes de Trocas de Saberes e Sementes Crioulas e Criação de um Banco de Sementes no CETA, por meio do incentivo à reinserção de produtos da Agrobiodiversidade Regional (sementes crioulas de lavouras temporárias - roças de toco) e plantas herbáceas medicinais de quintais e hortas;
  3. Implantação de Novos Sistemas Agroflorestais em onze estabelecimentos familiares em duas comunidades tradicionais (CRF Sete Saltos de Cima e CRFeQ Palmital dos Pretos). Tal ação deriva de uma cooperação entre Projetos de Pesquisa (Edital Universal CNPq, 2017) e o Projeto USF, a aparte da qual pôde-se incentivar a articulação com o CETA para o estabelecimento de uma unidade agroecológica de referência na região. 
Em escala Regional, ligando comunidades locais, agentes públicos e organizações sociais  destacam-se as seguintes redes fluidas de cooperações incentivadas pelo Projeto:
  1. Entre Organizações Sociais e Comunidades Tradicionais: Casa Latino-americana (CASLA); a Associação Solidária de Agroecologia de Ponta Grossa (ASAECO) e as comunidades beneficiárias; O Instituto Equipe de Educadores Populares (IEEP), Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA); a ASPTA e as comunidades beneficiárias deste Projeto.
  1. A CASLA, por meio de seu Projeto de “Unitinerante: Universidade ItInerante pelos Direitos Humanos, da Natureza, pela Paz e Bem Viver”,em cooperação com a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), permitiu potencializar a articulação e engajamento das comunidades tradicionais mencionadas entre as Instituições de Ensino Superior do Estado, comunidades, agentes públicos municipais e estaduais, dando maior visibilidade, legitimando e fortalecendo as cooperações estabelecidas. A inserção das comunidades beneficiárias deste Projeto USF  na Rede UNitinerante, possibilitou uma forte cooperação entre a Secretaria de Agricultura do Município de Rebouças (SAMR) e as comunidades beneficiárias (Salto e Marmeleiro de Baixo), o que resultou em promoção de oficinas de capacitação técnica em processamento de alimentos da agrofloresta faxinalense no Centro de Distribuição e Beneficiamento de Alimentos da Prefeitura de Rebouças. Não obstante, em que pese algumas reuniões estabelecias desde a primeira edição do projeto em (2017 e 2018) e uma reunião em setembro de 2019, no âmbito do Projeto Unitinerante (CASLA-SETI), em Itaiacoca, evidencia-se ainda uma fraca e inexpressiva cooperação entre a Secretaria de Agricultura de Ponta Grossa (SAMPG) e comunidades;
  • A ASAECO, por sua vez, promoveu a articulação das lideranças comunitárias locais com a UEPG, promovendo feiras locais de trocas de saberes e produtos no CETA. 
  • A ASPTA teve destacada importância na promoção de feiras regionais, onde foi possível apresentar estandes dos produtos da Agrofloresta Faxinalense e divulgar a marca.


1.2 CARTILHA SOBRE OS MODOS DE PRODUZIR E HABITAR DAS COMUNIDADES BENEFICIÁRIAS FAXINALENSES E REMANESCENTES DE FAXINAL 
  • Esta ação envolveu a participação dos colaboradores doutorandos do Grupo de Pesquisa Interconexões (UEPG), que aplicaram seus conhecimentos a fim de descrever e sistematizar informações relativas ao modo de vida (habitar e produzir) com o território. 
  • Especificamente, dos trabalhos conjuntos da equipe formada por uma pós-doutoranda e dois doutorandos do Interconexões, somados aos esforços dos técnicos do projeto USF foi possível coordenar o trabalho de cunho etnográfico , que possibilitou a elaboração do diagnósticos rurais participativos das comunidades beneficiárias, incluindo: mapeamentos participativos dos recursos agroflorestais (capoeirão manejado, quintais agroflorestais e lavouras faxinalenses) de três comunidades rurais: duas comunidades faxinalenses (Sete Saltos de Baixo e Marmeleiro de Baixo) e duas comunidades remanescentes de faxinais (CRF): Sete Saltos de Cima e Palmital dos Pretos, na região serrana de Itaiacoca, município de Ponta Grossa e no Município de Rebouças, Paraná.
  • A produção de cartilha sobre patrimônio material e imaterial dos modos de produzir habitar e habitar, visando a formação de organizações de controle social. a cartilha sistematiza informações sistematizadas em diagramas e calendários da organização social e econômica (estratégias de manejo e uso dos recursos florestais frente as capacidade produtivas); principais produtos agrossilvipecuários e receitas de alimentos das famílias; levantamentos etnobotânicos na agrofloresta do criadouro comunitário e dos capoeiras manejados; 




1.3 ESTÍMULO À IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS AGROECOLÓGICOS (SAFS) E RESGATE DA AGROBIODIVERSIDADE REGIONAL.
  • O projeto USF, em parceria com o projeto “Das Territorialidades Tradicionais às Territorializações da Agroecologia: Saberes, Práticas e Políticas de Natureza em Comunidades Rurais Tradicionais do Paraná” (Edital CNPq Universal, 2017), com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Centro de Educação e Treinamento em Agroecologia (CETA)- promoveu a implantação de SAFs de base ecológica em onze estabelecimentos familiares da região de Itaiacoca (localizada entre os município de Ponta Grossa e Campo Lago). Para tanto, esta ação incluiu as atividades de plantio de mudas de árvores nativas e de sementes crioulas de culturas de lavoura temporária em glebas de estabelecimentos familiares. Esta ação também possibilitou a formação de um Banco de Sementes da Agrobiodiversidade Regional e a construção da Estufa para produção de mudas de árvores nativas e reprodução de sementes de cultivos temporários.

1.4 ESTÍMULO À CRIAÇÃO DE CIRCUITOS ALTERNATIVOS DE COMERCIALIZAÇÃO: PARTICIPAÇÃO EM FEIRAS E EVENTOS REGIONAIS;
Esta Ação resultou de cooperações entre entre Organizações Sociais e Comunidades Tradicionais para a divulgação da marca em feiras, oficinas de capacitação e eventos acadêmicos. Estiveram envolvidos nessa parceria as seguintes organização sociais regionais: Casa Latino-americana (CASLA); a Associação Solidária de Agroecologia de Ponta Grossa (ASAECO) e as comunidades beneficiárias; O Instituto Equipe de Educadores Populares (IEEP), Movimento Aprendizes da Sabedoria (MASA); a ASPTA e as comunidades beneficiárias deste Projeto.


1.5 ELENCO DOS PRINCIPAIS PRODUTOS DA AGROFLORESTA E POSSÍVEIS TECNOLOGIAS DE PROCESSAMENTO DOS PRODUTOS AGROFLORESTAIS ECOLÓGICOS E OFICINAS DE CAPACITAÇÃO SOCIOTÉCNICA EM BENEFICIAMENTO DE ALIMENTOS PROVINDOS AGROFLORESTA FAXINALENSE; 





1.6 BENEFÍCIOS IDENTIFICADOS NO PERÍODO
  • Valorização do modo de vida de comunidades faxinalenses por meio da divulgação de sua cultura, tradição, saberes, organização social, entre outros. grande aceitação dos povos tradicionais da universidade na comunidade;
  • Envolvimento de parceiros institucionais externos a universidade durante o período;
  • Adesão de novos projetos concomitantes ao projeto selo socioambiental “produtos da agrofloresta faxinalense”, como o “Programa UNItinerante: Universidade Itinerante dos Direitos Humanos, da Natureza, pela Paz e pelo Bem Viver (https://parlamentounitinerante.blogspot.com), “Das Territorialidades Tradicionais à territorialização da agroecologia em comunidades rurais tradicionais do Paraná” (CNPq, Universal 2016 Projeto “Das territorialidades tradicionais às territorializações da agroecologia: saberes, práticas e políticas de natureza em comunidades rurais tradicionais do Paraná” (CNPq.Universal 01/2016), Processo n. 431468/2016-8, Vigência: 09/08/2020).( http://terrasagroecologicas.blogspot.com).
  • Desenvolvimento de pesquisas em nível de doutorado focados no desenvolvimento ecoturismo nas comunidades beneficiárias e projeto de implementação da agrofloresta nas comunidades tradicionais (em parceria com recursos de projetos aprovados pela CNPq, coordenados pelo prof. Coordenador do presente projeto USF);
  • Publicações de pesquisas nas áreas de direitos humanos, educação e demais setores sociais, históricos e culturais: 
    1. TOMASI, T. A.; PEREIRA, R.; FLORIANI, N. (Org.). Saberes-fazeres das comunidades tradicionais e rurais da Estrada da Lomba – Paraná (Itaiacoca/Ponta Grossa- Três Córregos/ Campo Largo). 54 p. EdUEPG: No prelo.
    2. FLORIANI, D.; FLORIANI, N. Ecologia das práticas e dos saberes para o desenvolvimento local: Territórios de Autonomia Socioambiental em algumas comunidades tradicionais do sul do Estado do Paraná, Brasil. (Artigo). REVISTA POLIS: NO PRELO.

1.7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Em termos teóricos, o projeto de extensão permitiu a produção laços interconectados e dependentes de cooperação - Redes - entre atores sociais (comunidades, academia, agentes públicos, e organizações sociais). Tais redes organizadas de relações sociais podem ser consideradas como sistemas socioespaciais complexos produtores de emergências - qualidades, de acordo com as diferentes tipos de racionalidades (mais econômica e/ou mais substantiva), graus de interação (fraca à intensa), em diferentes escalas de atuação (local à regional), promovendo e gerando ações capazes de permitir a reprodução social e cultural de coletividades e instituições envolvidas na Rede, isto é, capitais socioterritoriais capazes de projetar e produzir esforços para gerar novas realidades e propriedades emergentes (ex. Novos Arranjos Institucionais): fala-se em desenvolvimento do sistema complexo e seus componentes respeitando-se os princípios do metaequilíbrio, evitando-se com isso a entropia do sistema quando da sobreposição ou dominação de um dos seus atributos (qualidades).
Nesse sentido, a importância do Projeto USF Selo Faxinalense residiu no incentivo ao desenvolvimento das seguintes ações, traduzidas em termos de produtos e processos sociais: 
  1. Criação de Redes de cooperação entre atores sociais regionais; 
  2. Incentivo e Fortalecimento ao Protagonismo comunitário; 
  3. Capacitação Técnica das Famílias Beneficiárias;
  4. Incentivo à Reprodução da Agrobiodiversidade Local;
  5. Sistematização de Informações sobre os Saberes, Práticas e Produtos Patrimoniais Locais.
No que tange à viabilização de Novos Arranjos Institucionais (emergências) destacam-se as seguintes iniciativas produzidas pela criação de redes de cooperação entre atores sociais regionais que permitiu o acesso das comunidades a outros projetos (acadêmico-extensionistas) e políticas públicas iniciais de incentivo à comercialização:
  • A inclusão das comunidades beneficiárias no Programa Extensionista UNitinerante (CASLA-SETI, 2019) que permitiu a ampliação das interações positivas entre as comunidades beneficiárias e o e atores sociais regionais. Em reunião da comissão acadêmica do Parlamento Unitinerante de Irati, no dia 12 de novembro de 2019, o Parlamento Unitinerante, representado pela Preferitura Municipal de Irati, do Programa, o Potgrmaa de Pós-graduação em Desenvolvimento Comunitário (UNicentro-Irati), A Casa Latino-ameriana, o Programa de Meo Ambiente e Desenvovliemto (MADE-UFPR) o Grupo de Pesquisa Interconexões (UEPG), traçaram estartégias conjuntas para, a partir da chamada pública da SRTI, viabilizar projetos conjuntos de desenvolvimento do Selo Faxinalensse, dando continuidade ao projeto mas atuais comunidades beneficiárias pela Programa USF, ampliando sua abrangência para o Faxinal dos Betim (Município e Imbaú (faxinal dos Betim). 
  • diálogo com Poder Público Municipal (prefeituras de Ponta Grossa e Rebouças) para o acesso a circuitos de comercialização em Feiras nas sedes urbanas dos municípios. Destaca-se que em houve interação efetiva como a Secretaria de Agricultura de Rebouças (disponibilização de transporte e local para realização de ofcinas e custeio para utilização de estande em feira regional) , ao passo que a Secretaria de Agricultura de Ponta Grossa a interação possibilitou iniciar o processo de negociação para a inclusão dos produtos faxinasses na feira de agricultores orgânicos da cidade.
  • O diálogo com outras Instituições de Ensino Superior (UNICENTRO-Irati e IFPR-Irati) para o acesso futuro à ações de capacitação técnica em agroecologia e a circuitos de comercialização.
  • O diálogo com outras Organizações Sociais regionais (Instituto Equipe de Educadores Populares de Irati e Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa - ASPTA) que possibilitou o acesso a circuitos alternativos de comercialização (Feira Regional de Trocas de Saberes e Sementes Crioulas);
Destaca-se ademais que o projeto possibilitou um salto qualitativo em termos de reconhecimento de sua importância junto ao movimento social faxinalense (Articulação Puxirão de Povos Faxinalenses): em reunião ordinária do Conselho Estadual de Povos Indígenas e Populações Tradicionais do Paraná (CIPCT) de 28 e 29 de novembro de 2019, o representante da APPF mostrou o reconhecimento e o  interesse do movimento social em Projeto em conhecer o Projeto Selo da Agrofloresta FAxinalense. Contudo, o representante mostrou-se preocupado com a forma (protocolo) de consulta às associações comunitária, pois de acordo com o referido representante algumas comunidades não possuem convergência em termos de objetivos e princípio com o movimento social e o Projeto do Selo, uma vez consentido pela comunidade, poderia aumentar a tensão entre as comunidades e a  direção do Movimento.
As iniciativas acima destacadas, foram responsáveis em seu conjunto pela promoção de novas lideranças comunitárias e a consolidação de redes de cooperação, possibilitando, por um lado, o acesso às instância formais promotoras de Políticas Públicas ligadas à extensão agroecológica e de acesso à circuitos alternativos de comercialização (Secretarias Municipais e Instituições e Ensino Superior). 
Por outro lado e não obstante esses aspectos positivos e/ou negativos, a importância maior deste projeto residiu no incentivo à reprodução de práticas Agroflorestais (floresta, quintais e lavouras faxinalenses) e do modo de viver tradicionais em base à páricas educativas informais em agroecológia, como dispositivo promotor da qualidade dos alimentos faxinalenses, dado que no projeto anterior foram apontados problemas decorrentes da falta de capacitação técnica em beneficiamento de produtos e da falta de um sistema de garantia da qualidade do processo produtivo. 
Portanto, enquanto projeto-piloto, esta iniciativa mostra e aponta para potencialidades na promoção de nichos mercadológicos que possam gerar renda (complementar ou integralmente) a partir da valorização de prática e saberes patrimoniais reproduzidos na região em base à construção participativa de práticas agroecológicas educativas, trazendo com isso possibilidades de desenvolvimento local em base e valores socialmente e culturalmente arraigados e ecologicamente sustentáveis.